cadeira 1

 Cadeira 1 - DR. LUIZ TORRES BARBOSA

(1910-1986)

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Desde jovem, frequentou a Policlínica de Botafogo, dirigida por seu pai, Dr. Luiz Pedro Barbosa (1870-1949), pediatra de alta projeção profissional e política como diretor do Serviço Municipal de Higiene e Assistência Pública da cidade do Rio de Janeiro e Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (1931). Frequentavam a Policlínica médicos de valor exponencial como Carlos Chagas e Moncorvo Filho.

Dr. Luiz Torres Barbosa concluiu seu curso de graduação na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1934. Destacou-se como melhor aluno durante o curso médico.

Atuou na Policlínica como assistente de seu pai. Em 1938, estagiou em Paris no serviço do professor Robert Debré (1882-1978), este, considerado o pai da pediatria moderna. Torres Barbosa destacou-se como melhor aluno em seu estágio e recebeu título de assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris.

Em 1942, iniciou sua residência médica em pediatria no Bobs Roberts Memorial Hospital, Universidade de Chicago, EUA.

De volta ao Brasil, tornou-se docente do Curso de Puericultura e Administração do Departamento Nacional da Criança. Em 1947, foi nomeado para o Serviço de Pediatria do Hospital dos Servidores de Estado (HSE), no Rio de Janeiro, do qual se tornou diretor, função que lhe outorgou notoriedade por seu exemplo profissional, por ter formado gerações de pediatras e líderes da pediatria nacional. De sua experiência em Chicago, trouxe a prática da residência médica, até então inexistente no Brasil. Entre os líderes ali formados, destacam-se os ex-presidentes da Sociedade Brasileira de Pediatria Júlio Dickstein, Jairo Valle, Sérgio Cabral, Pedro Celiny, bem como os patronos da Academia Brasileira de Pediatria Nicola Albano, Luiz Osório Serafim e Amélia Denise Macedo.

Dirigiu o berçário da Policlínica de Botafogo, e sua experiência em neonatologia o fez idealizador da Maternidade Alexander Fleming, onde pediatras e obstetras se integravam na assistência pré-parto e de partos para que o recém-nascido fosse atendido por pediatras na sala de partos, prática que atualmente se tornou padrão em quase todas as maternidades. Foi pioneiro na motivação dos pediatras para a prática do alojamento conjunto.

Era assíduo participante das atividades da Sociedade Brasileira de Pediatria e ativo entusiasta da criação do Comitê de Neonatologia, que presidiu durante muitos anos. Foi Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria de 1954 a 1955 e seu Presidente no biênio 1962 e 1963. Durante muitos anos, representou no Brasil o Centre International de l´Enfance (CIE), de Paris. Promoveu, em Brasília, com participação da Organização Pan-Americana da Saúde, do CIE, do Instituto Interamericano del Nino e da Universidade de Brasília, o primeiro Curso Internacional de Problemas Perinatais, que teve relevante papel na difusão e no desenvolvimento da neonatologia e da perinatologia na América Latina.

Desde 1948, como livre-docente, lecionou em várias instituições, inclusa a Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi sócio honorário de várias Sociedades de Pediatria do continente americano. Por indicação de seu ex-assistente e acadêmico Antonio Marcio Junqueira Lisboa, tornou-se patrono da cadeira número 1 da Academia de Medicina de Brasília.

Por sua atuação no campo da pediatria foi eleito sócio honorário de várias Sociedades de Pediatria do continente. Faleceu em 3 de abril de 1986. É reconhecido como um dos mais importantes formadores de pediatras da história da pediatria no Brasil. Por essas razões, a Sociedade Brasileira de Pediatria lhe conferiu a Cadeira 16 de sua Academia Brasileira de Pediatria.

(Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, on-line)