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Cadeira 7 - DR. NICOLA CASAL CAMINHA

(1910-1995)

Nasceu em Campo Grande, atualmente capital de Mato Grosso do Sul. Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1934. Por ter recursos limitados, necessitou de trabalhar como interno do Hospital da Polícia Militar, para garantir casa e comida durante o curso médico.

Especializou-se em radiologia nos Estados Unidos da América (EUA), em estágio de um ano e, na Suécia (Serviço de Radiologia do Hospital Karolinska), durante seis meses.

Em 1938, iniciou suas atividades profissionais como médico-assistente na Faculdade Nacional de Medicina, Rio de Janeiro. A partir de 1940, dedicou-se a estudos em radiologia otológica. Em 1943, com a tese intitulada Radiologia das Otites Colesteatomatosas tornou-se professor livre-docente da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Com outra tese, Radiologia dos Tumores Malignos do Rinofaringe, passou a atuar na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade da Guanabara. Nesta faculdade, o Prof. Manoel de Abreu era o titular da Cadeira de Radiologia, que ficou vaga após seu falecimento. Contudo, por decisão institucional, a Cadeira foi extinta, o que motivou decepção ao Prof. Caminha.

Membro fundador do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) na cidade de São Paulo, em 1948, foi seu presidente em 1959-1961. Em 1979, recebeu o título de Membro Honorário desse Colégio.

Sua Clínica Radiológica Nicola Caminha atraiu notórios especialistas em radiologia norte-americanos e europeus. O “curso do Caminha” tornou-se o primeiro a emitir diplomas oficiais de pós-graduação em radiologia com o amparo da Fiscalização da Medicina. Em 1975, o curso foi habilitado pelo Conselho Federal de Medicina para fornecer o título de especialista em radiologia.

Criou a residência médica em radiologia do Serviço de Radiologia do Hospital dos Servidores do Estado (1953), cujo Serviço de Imagem leva seu nome.

Em 1960, foi promovido a professor adjunto da Faculdade Nacional de Medicina e a Professor de Radiodiagnóstico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi professor titular de Radiodiagnóstico da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques e o primeiro professor titular de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Na Faculdade Nacional de Medicina, foi Chefe do Gabinete de Radiologia (1968) e organizou o Departamento de Radiologia, do Conselho Departamental da Faculdade. Como professor mais antigo, foi nomeado Chefe Interino daquele Departamento em 1971.

Organizou o curso de pós-graduação em radiologia da UFRJ e foi seu primeiro Coordenador. Criou a residência médica do Serviço de Radiologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro (1971), e permaneceu à frente do programa de residência até o fim de sua vida.

Em 1976, tornou-se membro titular da Academia Nacional de Medicina. Foi Chefe do Serviço de Radiologia do Hospital dos Servidores do Estado e professor de Radiodiagnóstico da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-RJ.

Em 1980, aposentou-se por idade. No ano seguinte, com aprovação unânime da Congregação da Faculdade de Medicina, foi reconduzido ao ensino como professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Foi considerado o Pai da Radiologia como mentor de gerações de radiologistas brasileiros. Foi homenageado com nome de logradouro residencial e empresarial, Rua Dr. Nicola Casal Caminha, em sua cidade natal.

Foi Presidente da Internacional Society of Radiology, de 1977 a 1981. Membro Honorário da Sociedade de Radiologia dos países: Argentina, Colômbia, EUA, França, Panamá, Paraguai, Portugal, Itália e Luxemburgo. Entre seus títulos, destacam-se o Grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique de Portugal, conferido pelo Presidente da República, e Grão Mestre das Ordens Portuguesas, Lisboa, Portugal (1968).

Seu maior interesse foi dedicar-se a analisar radiografias diante do negatoscópio e emitir laudos criteriosos e detalhados rodeado de alunos e médicos, sobretudo residentes. Trabalhou até o dia anterior à sua morte, examinando radiografias e dando laudos radiológicos no Serviço da Santa Casa de Misericórdia, casa em que foi acadêmico estagiário desde o segundo ano de Medicina (1930). Foram sessenta anos de trabalho como radiologista.

(Fonte: Academia Nacional de Medicina: http://www.anm.org.br/conteudo_view.asp?id=591)