cadeira 13

Cadeira 13 - DR. ODAIR PACHECO PEDROSO

(1909-1981)

Desempenhou relevante papel no campo da administração hospitalar no País. Em São Paulo, foi responsável pelo Curso de Organização e Administração Hospitalar, primeiro curso universitário regular no Brasil, instalado na Faculdade de Saúde Pública em 1951. Tendo em vista seus profundos conhecimentos nesse campo, sob sua orientação e seu empenho, outros cursos correlatos ao campo hospitalar administrativo foram instalados nessa mesma instituição, voltados ao serviço de arquivos, estatísticos, à importância da área religiosa no âmbito hospitalar.

Empenhou-se também na organização hospitalar, com aulas no curso de administração hospitalar na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Promoveu curso de Aperfeiçoamento em administração hospitalar para médicos da Aeronáutica, para a Escola Paulista de Medicina e para instituições congêneres públicas e particulares em São Paulo, noutros Estados do País e no Distrito Federal.

Participou de várias comissões da Faculdade de Saúde Pública em São Paulo. Foi o primeiro chefe do Departamento de Prática de Saúde Pública; foi também Vice-Diretor e Diretor dessa instituição. Foi eleito representante da Congregação da Faculdade no Conselho Universitário da Universidade de São Paulo, e membro de várias de suas comissões. Ao se aposentar, em 1979, recebeu o merecido título de professor emérito pela Congregação dessa Faculdade.

Foi fundador da Associação Paulista de Hospitais (APH); criou a Revista Paulista de Hospitais da qual foi editor, único periódico publicado ininterruptamente desde 1953.

Mais de cem cursos intensivos sobre várias áreas da administração hospitalar foram ministrados pela APH, sempre sob a liderança do Prof. Odair Pedroso. Colaborou com os Governos Federal, Estadual e Municipal. Foi designado pelo Governo Federal para fazer parte da comissão instalada para o estudo do Anteprojeto da Lei Orgânica de Assistência Hospitalar para o País.

Participou, como Assessor no Setor Hospitalar, da Comissão de Estudos e Reformas do Código Sanitário do Estado de São Paulo. Desses estudos resultou a Lei n.° 1561-A. Foi responsável pelo estudo da situação dos sanatórios de hanseníase e apresentou sugestões para sua reformulação, também baixadas em decreto pelo Governo do Estado.

Em suas participações nas comissões, destacou-se o seu trabalho voltado para o Serviço Especial de Saúde Pública do Ministério da Saúde, desenvolvido como consultor no estudo de reforma dos hospitais do Vale do Rio São Francisco. Ocupou o cargo de Diretor do Serviço de Medicina Social do Estado de São Paulo. Foi Coordenador da Assistência Hospitalar da Secretaria da Saúde em dois Governos sequentes, o que lhe permitiu desenvolver a organização administrativa dos diversos hospitais do Estado, tendo elaborado os seus primeiros regulamentos. Como consultor hospitalar desenvolveu suas atividades no País e no exterior. Foi designado perito da Organização Mundial da Saúde desde 1955.

Colaborou com mais de trezentas instituições hospitalares, com atividades também no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo. Destacaram-se seus trabalhos realizados para as Forças Armadas, para o Hospital do Servidor Público do Estado, para os hospitais do Serviço de Tuberculose do Estado, para os hospitais da Prefeitura Municipal, para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Contribuiu, assim, para o planejamento de mais de vinte instituições hospitalares de ensino no País. Sua última obra foi o Hospital de Cotia, em São Paulo, reconhecido como modelo para a Secretaria da Saúde do Estado pela filosofia de organização e pelo funcionamento, implantados na instituição. No exterior, cooperou com a Argentina, o Equador, Honduras e Uruguai.

Participou de 135 eventos científicos como congressos, jornadas, simpósios e mesas redondas sobre administração hospitalar, nos quais apresentou temas e veio a publicar mais de oitenta trabalhos científicos. A consagração de sua obra está nos 86 títulos honoríficos que recebeu em homenagem ao valor do seu trabalho.

O Prof. Odair Pedroso faleceu em 1981, mas sua memória perdurará muito tempo na liderança da administração hospitalar brasileira. Sobre suas extraordinárias atividades, seu exemplo marcante, sua fantástica personalidade, seu espírito de criatividade ímpar, sempre será pouco quanto ao que se possa registrar a respeito. Razão tinha Aloysio de Castro ao observar: "Nunca considerei por inúteis as palavras que consagramos aos mortos. Deles, da sua lembrança, da sua lição e do seu exemplo vêm o melhor da vida: a ausência pode também ser presença"

(Fonte: Profa. Dra. Lourdes de Freitas Carvalho, on-line)