Excelentíssimas autoridades que compõe a mesa desta solenidade de Outorga de Título de Eméritos, que a todos reverencio.

Senhores Acadêmicos, Confreiras e Confrades, autoridades aqui presentes e representadas, caríssimas senhoras  e caríssimos senhores.

Celebramos hoje a condição de eméritos a ilustres acadêmicos cujos nomes Antônio Márcio Junqueira Lisboa, Sérgio da Cunha Camões, Ruy Bayma Archer da Silva, Francisco Pinheiro Rocha, Elias Tavares de Araújo e João Eugênio G de Medeiros, são os maiores elogios. São homens que viveram mais de 75 anos e dedicaram muito deste tempo à Academia de Medicina de Brasília. Para falar com alguma propriedade busquei paralelo no Sermão da Voz Obsequiosa que Padre Vieira pregou na Vila de Santarém em 1659.

Para ele, as nossas ações são os nossos dias; por elas se contam os anos, por eles se mede a vida: enquanto nos dedicamos racionalmente a grandes obras, vivemos; o demais tempo, duramos.

Para Vieira, o sol pode fazer dias longos; dias grandes só os fazem e podem fazer as ações. Celebramos neste grande dia de Outorga de títulos a tão ilustres eméritos a comemoração venturosa dos anos em que foram acadêmicos titulares.

Como Vieira, argumento que os Senhores viveram mais de setenta e cinco anos porque outros tantos foram exemplos de suas vidas, que não ouso ponderar. Diante de tanta limitação de tempo digo o pouco que couber. Inspiro-me na Voz Quarta Obsequiosa para reverenciar estes acadêmicos que tanto do coração serviram a esta Academia de Medicina, não podendo esta negar-lhes o reconhecimento. Vieira, no Sermão da Terceira Dominga do Advento na Capela Real referiu-se aos eméritos e beneméritos como homens que procurarão sempre merecer, certos que ainda que vivam retirados da corte, e muito longe dos olhos do príncipe, lá os irão buscar e pretender as dignidades. Ditosos e prudentes são os que, retirados ao descanso de não pretender, se fazem merecedores de serem pretendidos.

O dia de hoje  será publicado no livro de Anais desta Academia como o dia em que seus fundadores tornaram-se eméritos.

No Sermão de Nossa senhora de Penha de França, Vieira justificou que o fim da invenção dos livros pelos homens foi a conservação da memória das coisas passadas contra a tirania do tempo e contra o esquecimento dos homens, que ainda é maior tirania. Por isso São Máximo chamou os livros, medicina do esquecimento.

Peço hoje a todos a benevolência de aplaudir este dia e os grandes nomes que hoje estamos a reverenciar como eméritos desta Academia.

 

Obrigada

 

Acad. Dra Janice M Lamas

Presidente