Antônio Márcio Junqueira Lisbôa

 Estava no Rio de Janeiro em um sábado atendendo no meu consultório quando chegou o Fernando, chamado Fernandinho, que era professor e hematologista. Naquele momento, ele trabalhava em três hospitais e ganhava um salário de hospital, que era, talvez, um pouco pior do que é hoje; levou o filho para eu ver e me disse que havia sido convidado para ir a Brasília. Era dezembro de 1966. Perguntou a minha opinião; disse para ele aceitar imediatamente. Fernando saiu, voltou uma hora depois e perguntou se eu aceitaria o convite e falei que não, porque minha situação não tinha nada a ver com a dele. Naquele momento, eu tinha a segunda clínica do Rio de Janeiro, atendia de 20 a 25 crianças por dia em uma clínica de gente muito rica. Ganhava o meu tempo, se eu quisesse trabalhar 24 horas por dia, ganharia muito mais. Trabalhava no Hospital do Servidor do Estado, meu sonho de recém-formado.

 

*Leia esta palestra na íntegra nos Anais 1989-201página 70