PALESTRA:
A RESPONSABILIDADE DO PESQUISADOR PERANTE A SOCIEDADE E O HOMEM
(Sessão Plenária ocorrida em 05/10/2010)

 

PALESTRANTE:
Acadêmico Roberto Luiz D’Ávila, Presidente do Conselho Federal de Medicina – CFM.

 

 O Doutor Roberto D’Ávila deu início à sua palestra citando o problema do “imediatismo”, afirmando que o médico não lida com objetos e, sim, com sujeitos, sendo, portanto, bastante grande a sua responsabilidade. Tal fato por si só já garantiria a necessidade de um Código de Ética para o pesquisador, já que a ciência pode também ser considerada uma atividade comercial e, numa conceituação mais radical, uma atividade em que impera a rivalidade e competição.

 

 Prosseguiu citando algumas experiências ditas “científicas”,levadas a cabo no sul dos USA na década de 1930 e na Alemanha durante a II Guerra Mundial, fazendo uma breve cronologia dessas atividades. Mencionou, também, a abertura de processos contra vários médicos considerados “criminosos de guerra” em um Tribunal Militar Internacional (Londres, 1946) e a edição do Código de Nuremberg (1947), o qual alinhava, pela primeira vez, os princípios básicos a serem obedecidas pela pesquisa médica envolvendo seres humanos. Tais princípios foram ratificados e expandidos pela Associação Médica Mundial (Helsinque, 1964) e vêm sofrendo várias revisões ao longo das últimas décadas. Embora amplamente aceitos e difundidos na comunidade médica, alguns de seus princípios básicos continuam sendo desconsiderados por pesquisadores, especialmente em experimentos realizados em países mais pobres.

 

 

*Leia esta palestra na íntegra nos Anais 2010-201página 37