dr helcio miziaraA HISTÓRIA DA MEDICINA DE BRASÍLIA CONTADA PELA ACADEMIA 

Acad. Emérito Hélcio Luiz Miziara (Cadeira 9)

 

A especialidade de Anatomia Patológica começou em Brasília a partir do momento em que assinei contrato com a Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF), em 26 de janeiro de 1961, após ser aprovado pela Comissão de Credenciais do 1º Hospital Distrital.

Juntamente com o arquiteto Milton Ramos, fiz a planta no local onde seria a Unidade (designação antiga) para que pudéssemos não só instalar os laboratórios, como também parte do necrotério. Em janeiro de 1962 a unidade já estava pronta: criamos, além do laboratório de Histopatologia, a Citologia, o setor de fotografia, arquivos, secretaria, sala de necropsia com geladeiras para cadáveres e salas para os médicos. Mais tarde conseguimos espaço extra para uma sala de reuniões. A aparelhagem já existia pois fora comprada na organização do hospital.

O pessoal técnico foi gradualmente sendo preparado e durante dois anos trabalhei sozinho: posteriormente, com participação de Maurício Dusi e Paulo de Castro, estava formada a equipe de Citologia. Em 1964, com o início da Residência Médica, chegou a primeira residente, Waldete Cabral Moraes e nos anos subsequentes, Hans Japp e Maria Ophélia Galvão. Era essa a nossa equipe na primeira década de funcionamento do hospital.

Nos anos seguintes foram sendo admitindo novos residentes, e além do programa de Residência já estabelecido, passamos a participar mais intensamente dos congressos regionais e nacionais da especialidade. Aos poucos esses novos profissionais foram agregados à Unidade, que passou a atuar com pelo menos um especialista em cada sistema orgânico.

Nosso intuito desde o começo, além de cumprir nossa função no hospital, foi formar também técnicos e auxiliares que pudessem suprir o mercado de Brasília. A documentação fotográfica foi intensificada e quando me aposentei tínhamos um arquivo fotográfico com aproximadamente 26.000 slides, entre biópsias e necropsias.

O próximo passo foi procurar aproximar a Unidade da vida acadêmica, de tal forma que passamos, inicialmente, a receber alunos da Universidade de Brasília e mais tarde, da Universidade Católica. Fazia parte da nossa rotina participar de reuniões semanais com as diversas especialidades e apresentar o resultado das necropsias realizadas nas sessões anatomoclínicas.

 Nesses 60 anos de atividades, muitos foram os patologistas de renome que vieram a Brasília e foram recebidos em suas instalações.

Miziara