dr francisco

A HISTÓRIA DA MEDICINA DE BRASÍLIA CONTADA PELA ACADEMIA

Acad. Emérito Francisco Pinheiro Rocha

 

Nascido em 5 julho de 1929, em Uiraúna-PB, Francisco Pinheiro graduou-se em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco em 1955. Residente de Cirurgia Geral no Hospital dos Servidores do Estado (1956-1958) e estagiário no Instituto Nacional do Câncer (1958-1960), ambos no Rio de Janeiro, fez especialização em clínica cirúrgica com o Prof. Lortat-Jacob na Universidade de Paris e curso de técnicas de cirurgia digestiva no Amphithéâtre d’Anatomie des Hôpitaux (1968-1969).

            Cirurgião do Primeiro Hospital Distrital de Brasília desde 1960, foi Secretário de Estado da Saúde e Presidente da Fundação Hospitalar do DF (1964-1967). Criador do Código Sanitário do DF (1965), foi também Membro da Comissão para reformulação da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (1966). Pinheiro Rocha considera como digna de nota sua participação no convênio assinado entre a FHDF e UnB para a utilização do Hospital de Sobradinho como Hospital Escola. Por ocasião do Cinquentenário de Formatura da sua 1ª Turma, fez o seguinte depoimento para o livro comemorativo daquela data, editado pela Academia de Medicina de Brasília:

“Neste ano de 2020 comemoram-se os 50 anos da formatura primeira turma de medicina da Universidade de Brasília (UnB). A criação da faculdade me leva a relembrar fatos quase esquecidos. Eu ocupava, naquela época, o cargo de Secretário de Saúde e Presidente da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, no governo do Professor Eng. Plínio Cantanhede, então prefeito da nova capital. Em 1966, minha equipe e eu estávamos em meio à construção de três unidades hospitalares, projetadas pelo arquiteto mineiro Hélio Ferreira Pinto, sob a orientação e supervisão do Prof. Odair Pacheco Pedroso, da Universidade de São Paulo (USP), especialista em organização hospitalar: os hospitais da L2 Sul, o de Sobradinho e o do Gama.

Dois jovens estudantes da Universidade de Brasília, membros do Diretório Acadêmico de Medicina, foram à minha residência expor a problemática que estavam a viver: tinham concluído o curso básico no Instituto Central de Ciências, mas não poderiam continuar em Brasília por falta de um hospital ligado à universidade para prosseguirem nos seus estudos. Sensibilizado, prontifiquei-me a ajudá-los, marcando uma reunião com o então Reitor da UnB, Prof. Laerte Ramos de Carvalho.

Expliquei-lhe a situação dos projetos hospitalares em construção e que pretendia concluí-los até o fim do ano. Coloquei-me também à disposição para que a Universidade de Brasília escolhesse, dentre as três obras, a que melhor lhe atendesse para que firmássemos um convênio com a Fundação Hospitalar, a fim de possibilitar a continuação dos estudos médicos dos seus alunos. A   Reitoria constituiu uma comissão de professores do Rio de Janeiro e de São Paulo, da qual fiz parte, para organizar o curso de medicina, entre eles o Professor Dr. Luiz Carlos Lobo, ao qual fui apresentado na época.

Entreguei as obras dos hospitais da L2 Sul, Sobradinho e Gama em 22 de novembro de 1966, 17 de dezembro de 1966 e 15 de março de 1967, respectivamente. A comissão formada pela Reitoria entendeu que a unidade de Sobradinho era a que melhor se identificava com o projeto de escola médica que se queria implantar, com forte apelo social e inovador.

Assim, no dia de sua inauguração o Hospital de Sobradinho foi destinado, por convênio firmado pela Fundação Hospitalar do Distrito Federal com a UnB, a servir como hospital escola da Fundação Universidade de Brasília (FUB) por dez anos, ajudando a consolidar a recém-criada Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília como uma das melhores do país.

Pinheiro